Quatro outros poemas de meu primeiro livro, selva selvaggia, em comemoração aos 40 anos de seu lançamento: 23.10.43, classroom, zoraya, círculo, construção, aço & estilhaço.
ZORAYA
trocava carícias
como se troca o gado
no campo o pássaro
e a sutileza do canto
zoraya cigana
egípcio mistério
do amor e sua gana
duplo sexo hemisférios
zoraya cigana
de são Jorge e perfume barato
no lençol dente amordido
alazão imenso e solto e largo
a meta do corpo
física batalha entre a cama
e sua saga fogo imenso
entre céu e sexo
zoraya cigana
egíp´cio mistério
DECIFRA-TE OU ME DEVORO!
CÍRCULO
e surge teu dorso dourado
e vem com a aurora teu rosto
e agora e ainda uma vez e outra mais
aqui estamos
no fragor de lençóis
emaranhados
alvos
nus
abandonados
aqui estamos
mar de arranhões
lentas mordidas
e o relógio tique-
tapeando o tempo
alvos
nus emaranhados
aqui estamos
mar de arranhões
lentas mordidas
e o amor truque-
truncando o tédio
e o corpo assimilado
e surge teu dorso dourado
e vem com a aurora teu rosto
e ainda e ainda uma vez e
CONSTRUÇÃO
é com meus dentes o
longo lento
ardentes lânguido
lamento
que vou te morder AMOR
é com minha unha morto
motor
afiada lambEND
c corte feito espada o
AMOR
é com minhas coxas e com minha
língua
entre tuas coxas e
lavra o grito
o jorro larva
na garganta
o
jogo rito
ritual
v´entre tua ávida
fruta
a lavra a palavra boca
maçã
amor lambEND triângulo
O
AMOR selvagem
luscofuscando a manhã penetrada/consumida
é com meu braço amor
ROMÃ
lasso o abraço o longo
lamento
laço e
tuas coxas
onde
me desfaço lasso
entre meus dentes
é
com minha língua
e
unha afiada
que
mordo
arranho
o espanto
é
com minhas coxas
entre
tuas coxas
que
construo a manhã
e
o prazer de meu canto
Nenhum comentário:
Postar um comentário